quinta-feira, 12 de abril de 2012

Rio+20 chega às escolas

  O Ministério da Educação enviará vídeo sobre meio ambiente às escolas públicas do país. A proposta da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC é levar professores e estudantes a discutir as questões que serão abordadas, em junho, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Estarão em pauta temas como economia verde, governança, leis ambientais e a história da luta pela preservação do meio ambiente no planeta.“A política do MEC não é propor a criação de uma disciplina nas escolas, mas que a educação ambiental seja um tema transversal; ou seja, não apenas um assunto a ser tratado no Dia da Árvore ou na Semana do Meio Ambiente”, diz o coordenador de educação ambiental da Secadi, José Vicente de Freitas. “O que o MEC propõe, e oferece suporte, por meio de metodologia, material didático e recursos, é que as escolas desenvolvam ações permanentes e continuadas para que os alunos desenvolvam a consciência ambiental.”

      Estimuladas pela iminência do encontro sobre desenvolvimento sustentável, instituições de ensino da rede pública buscam meios teóricos e práticos para aumentar o espaço para discussão ambiental em sala de aula e integrar a comunidade externa ao debate. A coordenadora pedagógica Solange Lacorte investe na abordagem de questões ambientais desde 2009 na escola municipal em que trabalha. Em outra escola pública, o coordenador pedagógico Fabrício Macedo planeja ações de conscientização acerca do lixo gerado dentro e fora da escola para 2012. As duas iniciativas são exemplos de inserção da discussão ambiental no âmbito escolar.
      Em ano de Rio+20, a preocupação com meio ambiente, saúde e inclusão social ganha mais força nas escolas. Com o objetivo de trabalhar essas temáticas em sala de aula, os professores buscam dialogar entre si, trocar experiências e incorporar maior reflexão teórica sobre o assunto. Essa demanda ficou evidente no debate ocorrido na semana passada (12/03) durante a palestra ‘Saúde, ambiente e sustentabilidade: perspectivas para a Rio+20’. Promovida pelo Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a palestra foi a primeira dos ’Encontros de educação, ciências e saúde’, que acontecerão mensalmente até o fim do ano.

   A qestão social se coloca como um entrave ao debate ambiental dentro das escolas públicas

       Nas perguntas levantadas pela plateia – formada, em sua maioria, por coordenadores pedagógicos – foi possível perceber que a questão social se coloca como um entrave ao debate ambiental dentro das escolas públicas. Como o professor pode se apropriar de questões ambientais na prática de ensino se o ambiente escolar não oferece condições adequadas de trabalho nem proporciona bem-estar aos alunos? Como trabalhar em conjunto com as comunidades que vivem no entorno da escola.Uma iniciativa que serve como exemplo para superar esses obstáculos teve início há três anos, quando Solange Lacorte inseriu, no projeto político pedagógico da Escola Municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva, no Rio de Janeiro, a interação com a comunidade de Manguinhos como meta para o corpo docente. “Em 2009, reuni os professores e fizemos um passeio para conhecer a comunidade”, contou a coordenadora. “Foi impactante. Uma das professoras nos disse que finalmente entendeu por que o caderno de um aluno vivia cheio de barro”. Outra questão levantada no debate diz respeito ao espaço de participação para alunos e professores na Rio+20. Uma das sugestões apresentadas foi a preparação de atividades que possam ser levadas à Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 organizado pela sociedade civil e que terá participação aberta do público.
Fonte de pesquisa: http://cienciahoje.uol.com.br
                           http://revistaescola.abril.com.br




Magali Odilia Silva de Oliveira

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